Foram 116 os projetos candidatos à 7ª edição do Altice International Innovation Award (AIIA), prémio promovido pela Altice desde 2017. Ao longo das anteriores seis edições foram avaliadas 616 candidaturas e selecionados projetos que marcaram a diferença pela sua capacidade inovadora, mas também pela competência técnica e modelo de negócio empreendedor.
Para a edição deste ano já foram selecionados os nove projetos finalistas que terão, no dia 21 de novembro, a última oportunidade de se mostrar ao júri – presidido por Ana Figueiredo, Presidente Executiva da Altice Portugal, e constituído por diversas personalidades reconhecidas no setor (ver caixa) -, através de um pitch final. Na mesma data serão anunciados os três vencedores, um por cada categoria: Academia, Startup e Inclui. “O Altice International Innovation Award é um dos maiores prémios de inovação na área da tecnologia, que visa distinguir, promover e apoiar o talento tecnológico, reforçando o papel da Altice enquanto grupo inovador”.
Dirigido a alunos finalistas de doutoramento e a start-ups em fase de incubação, o objetivo do AIIA é premiar projetos inovadores em áreas tecnológicas relevantes para o core business da Altice, tais como, Inteligência Artificial/Machine Learning, Realidade Aumentada, 5G, Internet of Things, Smart Cities, Smart Living, Big Data, eHealth, Conteúdos Digitais, Redes do Futuro, Serviços Over the Top, Segurança, Blockchain, Tecnologias Quânticas, entre outras. Nesta 7ª edição, a inclusão digital e a acessibilidade também serão premiadas, através da categoria “Inclui”, dinamizada pela Fundação Altice. Recorde-se que, nos últimos cinco anos, o investimento em I&D da Altice Portugal atingiu os 361 milhões de euros, tendo registado 17 patentes internacionais. A meta da empresa passa por chegar às 100 patentes até 2030, um objetivo que, para ser cumprido, necessitará do talento e das parcerias que surgem também através desta competição.
“O Altice International Innovation Award é um dos maiores prémios de inovação na área da tecnologia, que visa distinguir, promover e apoiar o talento tecnológico”
Nesta 7ª edição estão em disputa €95.000, divididos pelas três categorias. Na categoria Startup, o prémio monetário é de €50.000 e o vencedor terá a possibilidade de realizar uma prova de conceito (PoC) com a Altice, bem como aceder aos serviços de incubação da Startup Lisboa. Já na categoria Academia, o prémio monetário é de €25.000, e na categoria Inclui by Fundação Altice, a distinção vale €20.000.
Os nove finalistas ficam ainda automaticamente habilitados ao prémio Born from Knowledge (BfK), atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI) que, pelo sétimo ano consecutivo se junta ao AIIA para atribuir a distinção ao melhor projeto finalista “nascido do conhecimento”, que resulte de atividades de investigação e desenvolvimento (I&D). Neste caso, o prémio monetário é de €2.500, a que se junta a árvore do conhecimento, obra de arte símbolo da valorização do conhecimento científico e tecnológico nacional. Entre as novidades desta edição, destaca-se ainda a parceria entre a Altice Portugal e a Start-up Lisboa, que permitirá apoiar as start-ups candidatas na fase de incubação dos projetos com vista à angariação de capital.
Conheça o júri do AIIA
- Ana Figueiredo, CEO, Altice Portugal (Presidente do Júri)
- Alcino Lavrador, Consultor de Tecnologia e Inovação
- Anabela Pedroso, Corporate Adviser, CEiiA
- Diogo Araújo, Director of Capacity Building of the National Innovation System, ANI
- Gil Azevedo, Administrador Executivo, Startup Lisboa
- Luís Santana, CEO, Cofina Media
- Miguel Castro Neto, Dean, Nova IMS
- Paulo Firmeza, Diretor-Geral da Altice Labs
- Pedro Santa Clara, Diretor, TUMO-Coimbra e Escola 42
- Teresa Salema, Fundação Altice
Projetos académicos
Charging the future of Evs through the Wheel
Design e otimização de uma nova solução que incorpora no volante a capacidade de carregamento wireless da bateria do carro é a proposta do projeto ‘Charging the future of Evs through the Wheel’, desenvolvido por Emanuel Marques. Com esta solução, a capacidade de transferência de energia é independente da distância do veículo ao solo, uma limitação nas soluções IPT convencionais (soluções técnicas para sistemas de carga de veículos elétricos).
Para o aluno de doutoramento da Universidade de Coimbra, o objetivo de submeter o projeto ao AIIA foi “a possibilidade de mostrar o trabalho que tinha realizado para ser avaliado por um painel de pessoas com diferentes competências, e que pudessem dar-me dicas e, se possível, ajudarem-me a delinear os passos seguintes neste processo”. Adicionalmente, Emanuel quis demonstrar que o grupo de investigação da Universidade de Coimbra e Instituto de Telecomunicações, onde desenvolveu a sua tese, se foca em problemas do mundo real e com aplicabilidade nas áreas de Eletrónica de Potência e Máquinas Elétricas, “como já demonstrado por diferentes projetos financiados pela FCT e pela criação de várias start-ups”. O próximo passo do projeto passará por garantir a propriedade intelectual através do registo de patente e, em paralelo, continuar a trabalhar num protótipo para certificação e para demonstrar a aplicabilidade a possíveis investidores na área automóvel.
Human-Centered Design of Personalized Intelligent Agents in Medical Imaging Diagnosis – BreastScreening-AI
O BreastScreening-AI é uma plataforma pioneira, concebida para revolucionar o diagnóstico do cancro da mama através da utilização de inteligência artificial avançada, e com o objetivo de democratizar o acesso a diagnósticos de elevada qualidade. Integrando agentes inteligentes especializados, este sistema aborda dois desafios críticos da medicina moderna: a escassez de dados médicos selecionados, e a necessidade de uma tomada de decisões de IA transparente. Ao oferecer explicações claras e interpretáveis para cada diagnóstico, e ao enfatizar a medicina baseada em evidências, o BreastScreening-AI não só aumenta a precisão do diagnóstico, como também promove a confiança entre os médicos e a IA, garantindo que os profissionais médicos permaneçam no comando das decisões de cuidados com o paciente.
Francisco Calisto, o promotor do projeto, destaca a “jornada desafiante, especialmente em garantir que as recomendações que vêm dos modelos de inteligência artificial fossem interpretáveis e confiáveis pelos clínicos”. Integrar o sistema nos fluxos de trabalho médicos existentes sem causar interrupções exigiu, como explica, “um profundo entendimento do ambiente clínico e uma abordagem aplicando uma técnica de design centrada no humano” cadeira que está atualmente a lecionar no Instituto Superior Técnico como professor assistente convidado.
Há soluções para carros elétricos, para diagnóstico do cancro da mama e para melhorar os sistemas de saúde
Methods for Improving Generalizability and Robustness of Medical Imaging AI Models
Melhorar os cuidados de saúde, através de diagnósticos mais eficazes, potenciados pela inteligência artificial, e aumentar a eficiência dos sistemas de saúde, são os objetivos genéricos deste projeto, desenvolvido por João Santinha. “Desenvolver soluções para criar modelos mais robustos é crucial”, garante o investigador.
“Estes métodos são extremamente importantes uma vez que os modelos de inteligência artificial criados atualmente não são capazes de garantir uma capacidade de lidar com variações existentes nos sistemas de saúde e não garantem a segurança necessária à utilização de IA para ajudar os médicos no rastreio, diagnóstico e avaliação da resposta a tratamento em doentes a partir de imagem de forma responsável”, explica o autor da tese.
O próximo passo será disponibilizar estes métodos de forma open-source, minimizando a possibilidade que os benefícios trazidos por estes métodos estejam apenas disponíveis para uma pequena parte da população.
João Santinha pretende igualmente utilizar estes métodos no desenvolvimento de dois dispositivos médicos que estão a ser criados no Digital Surgery LAB da Fundação Champalimaud e que “irão revolucionar a cirurgia de cancro de mama”.