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Altice International Innovation Award

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A tecnologia como ponto de união

A tecnologia como ponto de união

Projetos criativos e inovadores que melhoram a qualidade de vida de pessoas com necessidades especiais ou que enfrentam barreiras no acesso à tecnologia serão distinguidos na categoria Inclui, no prémio Altice International Innovation Award. O vencedor recebe 20 mil euros.

Garantir que ninguém fica para trás na utilização da tecnologia, mas também no seu percurso profissional e de vida, é o objetivo da Fundação Altice que apoia a categoria Inclui, no Altice International Innovation Award (AIIA). Para cumprir esta meta, Altice Labs criou esta categoria, que avalia projetos com uma abordagem inovadora e um impacto positivo na inclusão social e digital em Portugal.

Na edição deste ano, os três projetos finalistas, representados por Afonso Cunha, Cornel Amariei e David Verde, esperam demonstrar o seu valor e impacto na sociedade e arrecadar os €20.000 euros. “Deveríamos promover e realçar mais o facto de o impacto social ser fundamental”, diz à Sábado Cornel Amariei, promotor do projeto .lumen – óculos para cegos.

Chegar à pequena lista de finalistas é, na perspetiva dos selecionados, fundamental para promover a confiança junto dos potenciais utilizadores. Além disso, diz David Verde, responsável pelo projeto Mobiis, “esta exposição é imprescindível para publicitar a nossa solução e suscitar interesse por parte de novos colaboradores”. Uma opinião partilhada por Cornel Amariei que salienta a intenção de “que os cegos de todo o mundo saibam que há pessoas a trabalhar para os ajudar a ter uma melhor mobilidade”.

Os três projetos finalistas

Zoomguide

Partir à descoberta do mundo, seja numa cidade ou em museus e monumentos, é possível com esta ferramenta, que utiliza a inteligência artificial (IA) para reconhecer o ambiente e fornecer conteúdos multimédia relevantes.

Entre os objetivos do Zoomguide, os responsáveis destacam o reforço da capacidade de descoberta e a acessibilidade das cidades e dos sítios do património cultural, a promoção da igualdade de acesso para todos, incluindo os deficientes visuais, auditivos e cognitivos, adultos e crianças, tirando partido do envolvimento da comunidade para se expandir pelas cidades e ter um impacto positivo.

O projeto destina-se a dois tipos de público alvo distintos. Por um lado, um público mais amplo composto por crianças, jovens e adultos, deficientes auditivos, visuais e cognitivos. Por outro, os utilizadores profissionais, tais como municípios, conservadores de museus, guias turísticos, criadores de comunidades, entre outros, que possam personalizar esta ferramenta e disponibilizá-la a públicos específicos. No fundo, a proposta de valor passa por “tornar a descoberta das cidades e dos locais de património cultural interativa e inclusiva, e fornecer tecnologias de ponta capazes de gerar novas fontes de receitas e de atrair novos públicos”.

Entre as vantagens desta solução, os responsáveis destacam a simplicidade de utilização sem necessidade de descarregar ou instalar nenhuma aplicação, acessível em qualquer smartphone, e uma experiência de utilizador sem perda de desempenho em comparação com as aplicações móveis.

.lumen – glasses for the blind

Existem mais de 40 milhões de cegos em todo o mundo, um número que deverá chegar aos 100 milhões em 2050. Apesar dos avanços tecnológicos, as soluções para a mobilidade destas pessoas continuam a ser apenas duas: os cães de assistência (cerca de 28 mil em todo o mundo) e as bengalas.

A solução .lumen – glasses for the blinds propõe-se a chegar aos 40 milhões de potenciais utilizadores, replicando as principais caraterísticas dos cães-guia através de um produto de tecnologia médica acessível. Com recurso às mais recentes tecnologias de condução autónoma, robótica e IA, os óculos conseguem ‘compreender’ o ambiente, conduzir o utilizador, permitindo às pessoas cegas viajar, explorar o mundo e viver de forma autónoma.

“O que estamos a fazer é incrivelmente difícil”, explica Cornel Amariei à Sábado. “Do ponto de vista tecnológico, está no limite do que a tecnologia pode fazer”, acrescenta. O CEO da start-up romena explica que é um orgulho ter 60 pessoas a trabalhar no projeto, mas revela a dificuldade de obter financiamento e de recrutar as pessoas certas. Mas, apesar das dificuldades, acredita que a empresa conseguirá colocar o seu primeiro produto no mercado durante o segundo semestre de 2024. “Vamos entrar em novos mercados a nível internacional, para ajudar as pessoas em todo o mundo”.

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Mobiis – mobilidade inclusiva e sustentável

Combater a dificuldade que os cidadãos com mobilidade reduzida sentiam na cidade de Viana do Castelo foi o ponto de partida para o desenvolvimento de uma aplicação móvel que calcula o caminho mais acessível, tendo em conta a incapacidade de cada utilizador. O projeto partiu da criação da aplicação ‘Viana+Acessível’, desenvolvida em parceria com o município da cidade minhota e algumas associações sem fins lucrativos. Os resultados foram muito positivos, e o projeto Mobiis cresceu com o objetivo de ser replicado em todas as cidades portuguesas.

Mas o caminho não foi percorrido sem sobressaltos. David Verde, responsável do Mobiis, conta à Sábado que a primeira dificuldade foi “compreender como classificar e entender perfeitamente as caraterísticas das ruas de acordo com as diferentes condições dos utilizadores”. Por exemplo, uma rua pode ser adequada para utilizadores de cadeira de rodas, mas deve ser evitada por pessoas com perturbação do espectro do autismo. O desafio foi superado através de múltiplos contactos e da colaboração com organizações de apoio social que trabalham diariamente com pessoas com diferentes deficiências, como a AMA, ACAPO, IRIS, APPACDM e a APCVC.

O segundo desafio foi adaptar a aplicação às necessidades de cada grupo de utilizadores, através de testes com utilizadores reais para melhorar a solução. No início, aponta, “o mais difícil foi conciliar a disponibilidade das organizações e dos seus utentes com o tempo que tínhamos para desenvolver o projeto”. Agora, David Verde admite que ainda há muito a fazer e a melhorar na versão final, mas “com o conhecimento adquirido durante o desenvolvimento do projeto e os testes realizados, sabemos exatamente quais são os nossos objetivos e como alcançá-los”.

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